Já falamos sobre a prata, seus catalisadores e fatores que influenciam os preços deste ativo no mercado. O metal branco é, diferentemente do ouro, muito utilizado na produção industrial devido às suas excelentes propriedades de esterilização, resistência à corrosão e oxidação e, principalmente condução elétrica. Por isso, suas aplicações são diversas, com ~50% da demanda tendo origem na indústria, ~25% em investimento (armazenar valor) e ~25% em joalheria e outros. Confira abaixo no detalhe:
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Dado o cenário geopolítico atual, uma possível vitória de Joe Biden nos EUA e um planeta cada vez mais comprometido com o ESG poderia impactar a demanda pelo metal. Entenda:
Prata para tecnologia fotovoltaica: Utilizada como condutor, teve seu uso acelerado na geração de energia limpa e a demanda do setor por prata cresceu 80% nos últimos 5 anos, já representando 10% do total consumido. Esse fator se combina com o atual cenário global cada vez mais alocado em investimentos sustentáveis e energia limpa. Na Europa, por exemplo, o Banco Central Europeu colocou a “agenda verde” no centro de seus comprometimentos e promete aportar € 1tri em investimentos sustentáveis para atingir neutralidade climática até 2050.
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Enquanto isso, uma vitória de Joe Biden nos EUA impulsionaria ainda mais os investimentos no setor de energia limpa e, portanto, a demanda pelo metal. Conhecida como a Revolução da Energia Limpa e da Justiça Ambiental, o plano tem metas agressivas: 1) Alcançar uma economia zero-emissão até 2050; 2) Instalação de 500 mil pontos de carga elétrica até 2030; 3) 500 milhões (sim, milhões) de painéis fotovoltaicos em 5 anos; 4) Legislação punitiva para empresas poluentes. Como? Utilizando US$ 1,7 trilhão de dinheiro público federal + US$ 5 trilhões de estados, municípios e setor privado. E tudo isso consome… prata.
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Prata como reserva de valor: Para se ter uma ideia, toda a prata extraída por ano no planeta (27 toneladas) caberia em uma piscina olímpica. E por que isso importa? A prata, assim como o ouro, é um metal raro e não pode ser impresso. A pandemia exacerbou a intervenção dos Bancos Centrais na economia, fazendo com que imprimissem trilhões em papel-moeda para impedir uma depressão econômica. De fato, os 4 maiores BC’s do mundo imprimiram, em apenas 6 meses, US$ 7 trilhões, cifra que havia demorado quase 7 anos para ser impressa desde 2011.
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Além disso, já foram mais de 20% do PIB global em estímulos no planeta e, novamente, um cenário de vitória democrata nos EUA impulsionaria ainda mais os gastos fiscais, aumentando a desconfiança no dólar e consequente desvalorização do papel-moeda. Democratas teriam aprovado US$ 3,5tri em pacote de estímulos durante a pandemia e não há indícios de que pretendem economizar caso vençam a Casa Branca.
A prata, portanto, pode absorver impactos de diversas frentes que estão se consolidando no cenário global: Expansão de gastos fiscais e agenda ambientalista. O metal precioso, que gira a economia desde o Egito Antigo, agora é matéria prima para as tecnologias do futuro.
Fonte: Research Internacional XP