Os fundos de Private Equity ganharam bastante visibilidade no Brasil diante do atual cenário de baixa taxa de juros. Por este motivo é natural que os investidores brasileiros busquem investimentos com retornos mais atrativos e consequentemente mais risco. Neste sentido, para ampliar o alcance dos investimentos alternativos a XP criou diversas iniciativas em especial a Alternative Week. O evento reuniu grandes nomes do mercado para debater sobre investimentos alternativos e como eles podem compor a carteira dos investidores.

Nesta mesma linha, a publicação Fundos de Private Equity: Conheça o mercado de investimento direto em empresas mostrou que esses fundos investem majoritariamente em ações de empresas de capital fechado, que não são listadas em nenhuma bolsa. Esta modalidade de investimento tem como objetivo comprar participações em empresas com grande potencial de crescimento. Para tanto, os gestores desses fundos adotam práticas ativas em cada empresa investida, agregando expertise para alavancar seus resultados financeiros, e, com isso, valorizar os investimentos feitos através do fundo.

O que é um FIP?

Os fundos de Private Equity são geralmente estruturados como fundos de investimento em participações (FIP), uma modalidade regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil. O FIP é um veículo de investimento constituído sob a forma de condomínio fechado, ou seja, após o período de captação de recursos do fundo, não são admitidos novos cotistas.

Uma vez que um investidor decide investir em um FIP e tornar-se cotista do fundo, ele assina um documento chamado Boletim de Subscrição. Este documento estabelece o valor que o cotista se compromete a investir no fundo ao longo dos anos, o preço da cota e o total de cotas que ele poderá receber quando todo o capital comprometido for investido.

Normalmente, quando um investidor subscreve cotas de um FIP, o fundo ainda não tem investimentos. As empresas que formarão o portfólio são desconhecidas. Na indústria de Private Equity isso é conhecido como blind pool risk. Na prática isso significa que o investidor está comprando uma tese de investimento que o gestor do fundo se compromete a desempenhar. Por este motivo é importante fazer um processo de diligência bem feito e conhecer bem o gestor e a sua capacidade de executar a tese de investimento dentro do prazo de duração do fundo.

Diferente de um fundo aberto, o FIP tem um prazo de duração pré determinado. O regulamento do fundo além de estabelecer o prazo de duração do fundo, também estabelece o período de investimento do fundo e as regras para extensão desses prazos, caso necessário, assim como outros aspectos importantes do fundo. Frequentemente, um FIP tem 10 anos de duração, que pode ser estendido por mais dois anos mediante a aprovação da maioria dos cotistas, e cinco anos de período de investimento.

Chamada de Capital e Amortização de Cotas

É durante o período de investimento que o gestor constrói o portfólio do fundo conforme a estratégia e política de investimento acordada no regulamento no fundo. Apenas no decorrer do período de investimento que o gestor pode fazer compromisso de investimento em ativos que constituirão a carteira do fundo, no entanto, o aporte financeiro nas empresas pode acontecer a logo da vida do fundo. À medida que o gestor identifica ativos alinhados com a estratégia de investimento do fundo são feitas chamadas de capital aos cotistas para capitalizar o veículo e executar os investimentos. Quando o cotista executa o aporte de capital ele recebe em troca cotas do fundo. A quantidade de cotas recebida pela cotista será uma função do valor aportado e o preço das cota estabelecido no Boletim de Subscrição.

Com o fim do período de investimento, o fundo entra no período de desinvestimento. Nesta fase as empresas do portfólio devem demostrar sinais de que as práticas aplicadas pelo gestor já estão gerando valor. Durante a fase de desinvestimento é esperado que as investidas estejam pagando dividendos ou que iniciem as amortizações. Como o nome já diz, é durante este período que ocorre a venda dos ativos investidos e o capital é distribuído aos cotistas na proporção das cotas detidas por cada um deles. Nos fundos fechados não é permitido o resgate de cotas por decisão do cotista. A amortização de cotas ocorre apenas em um evento de liquidez, quando o gestor distribui aos cotistas recursos do fundo.

Como medir a performance?

Conforme já mencionado anteriormente, as companhias investidas pelos fundos de Private Equity não são listadas em bolsas de valores. Consequentemente, esses ativos não são negociados diariamente e não estão sujeitos as oscilações de preço com a movimentação dos mercados de ações. De acordo com a CVM, os ativos ilíquidos da carteira de um FIP devem ser avaliados pelo menos uma vez ao ano a fim de refletir o valor justo dos investimentos. Outra situação prevista para remarcação de um ativo é no caso de um evento que possa influenciar materialmente o valor da empresa. Dessa forma, a melhor maneira de acompanhar a performace de um fundo de Private Equity é calculando a taxa interna de retorno (TIR) do fundo. Outra medida de performance também bastante utilizada na indústria de Private Equity é o indicador por múltiplo, e os principais são:

MOIC (Multiple on Invested Capital): Mede quanto valor foi gerado em relação ao capital investido. Este é um indicador bruto, isto é,  não considera os custos do fundo como taxa de administração e performance.

TVPI (Total Value to Paid In): Semelhante ao MOIC, este indicador também mede quanto valor foi gerado em relação ao capital investido, mas neste caso são descontados todos os custos do fundo.

DPI (Distributions to Paid-in-Capital): Mede quanto capital foi devolvidos aos cotistas em relação ao capital total aportado no fundo.

Fonte: XP Investimentos

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