Você ainda investe na poupança e não entende por que deveria sair dela? Hoje em dia existe uma mobilização muito grande nas redes sociais incentivando as pessoas a saírem da poupança e irem para investimentos melhores. Os participantes deste movimento são principalmente pessoas do mercado financeiro (obviamente não dos bancões) e influenciadores digitais de finanças e investimentos.

Um levantamento sobre o investidor brasileiro chamado Raio X do Investidor 2019/18, que é feito pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), apurou que 88% dos investidores brasileiros ainda preferem a poupança. É curioso que, apesar da brusca queda na taxa Selic (a taxa de juros determinada pelo governo que baliza o mercado financeiro e influencia a economia do país) nestes últimos anos, o que impacta diretamente na rentabilidade da poupança, os brasileiros ainda preferem este investimento.

Fonte: site do Banco Central

O porquê das pessoas terem tanta dificuldade de sair desta modalidade de investimento e mais curiosidades sobre o comportamento do brasileiro em relação à popança fica para outro artigo. O objetivo deste texto é te dar 5 motivos pelos quais você precisa sair da poupança ainda hoje.

Motivos:

Hoje a meta da Selic é de 4,25% a.a., segundo as regras da poupança isto equivale a 2,98% a.a. de rentabilidade para esta aplicação, ou 0,259% a.m. E, diante dos impactos na economia mundial causados pelo COVID-19 (coronavírus), hoje existe uma grande chance do Banco Central do Brasil (BCB) baixar ainda mais esta taxa (de 25 a 50 pontos base) na próxima reunião do COPOM (18 de março).

Este motivo está ligado ao primeiro. Já que a poupança ficou com a rentabilidade tão espremida (2,98% a.a.), e com possibilidade de reduzir ainda mais, e assumindo que a expectativa de inflação do mercado até o momento é de 3,19% a.a. (fonte: Boletim Focus Bacen 28/02) para 2020, o que resulta numa perda de poder de compra de -0,208% a.a. neste ano sobre o patrimônio de quem ainda está investido na poupança.

O rendimento da poupança funciona pelo sistema chamado “aniversário da poupança”, que, de forma resumida, só contabiliza o seu rendimento a cada mês. Ou seja, caso você não resgate exatamente na data de aniversário de determinada aplicação na caderneta, você estará automaticamente perdendo alguns dias de rendimento desta aplicação. Enquanto que outros produtos conservadores remuneram seu patrimônio diariamente.

O principal motivo dos brasileiros preferirem a poupança é a segurança que acreditam ter neste investimento, segundo o Raio X do Investidor ANBIMA este atributo aparece em primeiro lugar, com 48% de preferência dos entrevistados. Porém esta é uma informação equivocada que a população tem, a poupança não é o investimento mais seguro do nosso mercado, e vou lhe explicar por que.

O investimento em poupança é um investimento bancário, ou seja, o risco do investidor perder o dinheiro que está aplicado nela é o banco quebrar. Claro, o valor aplicado nos bancos tem garantia do FGC, porém este benefício se aplica apenas até o valor de R$ 250.000,00, caso o cliente tenho um valor acima deste aplicado na poupança do banco, ele não está protegido para esta parte de seu patrimônio.

O investimento mais conservador do mercado é o Tesouro Selic, um título do governo atrelado à Selic, que, apesar de ser mais seguro, ainda rende mais que a poupança. Este título é o mais seguro porque é um título do Tesouro Nacional, uma instituição maior do que qualquer banco do país, e também a única que pode produzir dinheiro, ou seja, em último caso o governo pode imprimir dinheiro e pagar o cidadão (sem entrar muito no problema econômico desta situação).

Uma contradição gritante que vemos no Raio X do Investidor é que a maior parte dos entrevistados fica 11 anos com o dinheiro na poupança, que é um produto caracterizado pela liquidez diária. Este é um excelente ponto para explorarmos o custo de oportunidade que um investidor sofre ao deixar todo seu patrimônio em apenas uma aplicação com baixa rentabilidade, ainda mais quando ele não tem necessidade urgente para todo este valor.

Markowitz foi laureado com um prêmio Nobel em seu trabalho que mostra a melhor forma de investir, que é diversificando a carteira. Mesmo que o investidor seja conservador ele pode diversificar sua carteira em diferentes aplicações de renda fixa. Por exemplo, no caso de um investidor que deixaria R$ 100 mil reais na poupança durante 11 anos sem mexer, ele poderia diversificar parte do patrimônio em CDBs atrelados ao CDI com vencimentos diversos, deixar uma parte com liquidez (resgate rápido) em fundos de renda fixa, e deixar uma parte em títulos atrelados ao IPC-A (inflação) mais para o médio e longo prazo. Com esta simples diversificação ele já tiraria um retorno maior do que a poupança e diversificaria mais o risco do que deixando concentrado em apenas um investimento em uma única instituição.

Portanto, não há razão para se ficar na poupança, principalmente nos dias de hoje em que o incentivo é justamente o oposto disso.

Se você quer sair da poupança, mas não sabe como montar uma carteira de investimentos, mais adiante postaremos um conteúdo no blog te explicando como fazer isso, mas já de antemão você pode marcar uma reunião com um de nossos assessores de investimentos sem custo.

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Autor do artigo:
Kaio Vilas Boas
Economista, assessor de investimentos da Ação Brasil Investimentos, credenciado à XP Investimentos. Certificações ANCORD, CPA10 e FBB100.

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