O Brasil possui uma matriz energética predominantemente renovável, com destaque para a fonte hídrica. Ela corresponde por mais de 60% da capacidade instalada em operação no país, seguida das termelétricas (gás natural, carvão mineral, combustíveis fósseis, biomassa e nuclear) com 26%.

Simultaneamente, o país tem um alto potencial de geração eólica e solar, e tem investido cada vez mais nesses segmentos.

O sistema elétrico brasileiro é composto pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), que nada mais é do que um sistema que permite a permuta de energia entre os estados da Federação. O sistema possibilita um balanceamento no uso das fontes geradoras de energia, aumentando sua a eficiência e reduzindo os custos relacionados à geração de energia.

Destacamos também como principais características do segmento, a necessidade de capital intensivo, longo prazo de maturação e um certo nível de previsibilidade na geração de caixa.

A previsibilidade é dada por se tratar de um setor regulado, no qual é necessária uma autorização ou concessão do poder público para operar. Tal autorização pode ser conseguida por meio de leilões e o gerador pode comercializar sua energia tanto no Ambiente de contratação Regulada (ACR), quanto no Ambiente de Contratação Livre (ACL).

Principais fontes de geração

Hidrelétrica

Usinas Hidrelétricas utilizam a força da água para geração de energia elétrica. É construída uma barragem em um rio com o objetivo de represar a água, formando um reservatório.

A agua é captada desse reservatório e levada através de tubulações para a casa de força – uma edificação onde ficam as turbinas e geradores que vão transformar a pressão da água da barragem em movimento e esse movimento em energia elétrica.

As grandes usinas hidrelétricas possuem como desvantagem os impactos ambientais causados pela grande área de alagamento necessária, pelo desmatamento necessário para sua construção e pelas alterações na estrutura dos rios.

Entretanto existes pequenas hidrelétricas que possuem esses impactos ambientais extremamente reduzidos, a burocracia é menor e o custo é mais baixo, tornando possível que empreendedores entrem nesse mercado.

Termoelétrica

As usinas termelétricas operam através do aquecimento de água com combustíveis fósseis como carvão, gás natural ou derivados de petróleo. O aquecimento da água produz vapor, cujo fluxo é conduzido por tubulações até as turbinas fazendo com que elas girem.

Não é uma fonte de energia renovável, pois as usinas são alimentadas, por combustíveis fosseis finitos. Essas usinas geram um grande impacto ambiental.

Eólica

Os parques eólicos são construídos para aproveitar o potencial do vento e transformá-lo em energia elétrica. Funcionam através de turbinas que giram impulsionados pelo vento.

Existe um grande incentivo para investimentos em geração de energia eólica – assim como em outros sistemas de geração de energia limpa – que vem crescendo bastante. Hoje já representa cerca de 9% da energia gerada no Brasil.

As estimativas constantes do Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, elaborado pela Eletrobras, apontam para um potencial de geração de energia eólica de 143,5 mil MW no Brasil, volume superior à potência instalada total no país. As regiões com maior potencial medido são Nordeste, Sudeste e Sul.

Biomassa

A biomassa já responde por quase 10% da matriz energética brasileira e uma das principais linhas de pesquisa no país.

Biomassa é toda matéria de origem vegetal ou animal que inclui resíduos, plantações energéticas, plantações de árvores, que podem ser também aproveitadas energeticamente e, até mesmo, resíduos sólidos urbanos, como, por exemplo, o lixo das cidades, resíduos rurais e resíduos de animais.

Nuclear

As usinas nucleares utilizam-se de elementos radioativos, principalmente o urânio para gerar energia. No processo de geração, o núcleo do átomo de urânio é desintegrado, liberando grande quantidade de energia térmica (calor).

Não é um tipo de energia renovável, já que necessita de material radioativo – urânio – para produzir e este é um recurso limitado.

Solar

A geração de energia solar ou fotovoltaica funciona através do aproveitamento da luz do sol, transformando-a em energia elétrica, através de painéis fotovoltaicos ou de um sistema heliotérmico.

No sistema com painéis fotovoltaicos a irradiação solar é convertida diretamente em energia hidrelétrica – é um sistema que utiliza aqueles painéis solares bem comuns no mercado.

Já no sistema heliotérmico, a energia do sol é convertida em energia térmica (calor) e posteriormente em energia elétrica.

O custo de investimento em energia solar ainda é relativamente elevado, mas vem baixando com o passar dos anos e os avanços tecnológicos.

É um tipo de energia totalmente limpa e renovável, já que o sol é um recurso que não se esgota.

Capacidade Instalada de Energia Solar por País (GW)

Geração Distribuída – Potência Solar Instalada (MW)

Atualmente existem 5 FIPs-IE listados, do qual apenas o XP Infra II investe no segmento de geração de energia, com atuação no segmento de Geração Solar e Geração Distribuída, nos estados de Maranhão, Pará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins.

Comercialização

Desde a promulgação da Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, o setor de geração pode operar em 2 ambientes paralelos para comercialização de energia:

  1. Ambiente de Contratação Regulada (ACR): contratos de compra e venda entre geradores e distribuidores, atendimento da demanda dos consumidores cativos por meio de leilões realizados pela ANEEL (regulado preço, vigência de suprimento);
  2. Ambiente de Contratação Livre (ACL): contratos entre geradores e comercializadores/consumidores livres, realizado por leilões na CCEE em que é permitida a concorrência (permitido negociação).

Expansão da Geração

A atual tendência global de foco em sustentabilidade e em formas limpas de geração de energia, nos leva a crer que a geração de energia de fontes renováveis irá crescer, de forma a gradualmente reduzir a participação das fontes não-renováveis na matriz energética brasileira.

A combinação de preços de energia, incentivos especiais, redução de custos de implantação de novos projetos de fontes renováveis, e crescentes custos e dificuldades ambientais para a implantação de grandes hidrelétricas e empreendimentos de geração de fontes não-renováveis contribuem para esse cenário. Assim como o aumento esperado da renda per capita e o crescimento populacional também corroboram com este cenário de expansão.

Abaixo é possível verificar o comparativo de capacidade instalada no SIN entre 2020 e 2024.

Fonte: PMO novembro/2020

A EPE (Empresa de Pesquisa Energética) realiza uma série de estudos de expansão da capacidade de geração.

Por exemplo, a EPE produz estudos indicativos – tais como o Plano Decenal de Energia (PDE) e o Plano Nacional de Energia (PNE) – apresentando alternativas de expansão da capacidade de geração. O objetivo é auxiliar na tomada de decisão dos agentes econômicos que são os responsáveis, em última instância, pelos investimentos em geração de energia elétrica. 

Concessões

De acordo com a legislação vigente, o Governo Federal (poder concedente) autoriza empresas (públicas ou privadas) a operar ativos de geração, que possuem períodos distintos:

A legislação estabelece que as concessões são revertidas ao poder concedente ao término da concessão, e compensados ​​por investimentos não depreciados.

Muitos contratos de concessão permitem uma primeira renovação, dependendo da decisão do governo análise. Nesse caso, a duração pode variar.

Resumo das Concessões

Conclusão

As empresas de geração são bastante estáveis e possuem um certo nível de previsibilidade nas receitas, por conta dos contratos de longo prazo de venda de energia. Contudo, as incertezas na hidrologia e, consequentemente, a volatilidade dos preços de energia no mercado à vista, pode elevar seus riscos.

Uma característica do setor é que as empresas são boas pagadoras de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP). Isso porque são empresas mais sólidas e consolidadas, que não necessitam reinvestir tanto de seu lucro no negócio

Os FIP-IEs, podem ser uma boa alternativa para quem deseja ter exposição ao setor elétrico ou deseja ter uma renda passiva no decorrer dos anos.

Para maior detalhamento sobre os FIP-IEs, acesse nossa publicação do setor de infraestrutura.

Fonte: XP Investimentos

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