O mês de novembro foi um dos melhores meses das bolsas globais deste século, refletindo uma melhora de 3 fatores essenciais: a percepção das relações internacionais diante de um Governo Biden, que tende a ser menos truculento que o do atual presidente; mas ao mesmo tempo com um Congresso dividido, que não deve permitir que os democratas executem suas ideias mais polêmicas; por fim, a divulgação dos sucessos de ao menos 3 vacinas contra o coronavírus deixou investidores mais otimistas em relação ao crescimento global no ano que vem.
No Brasil Governo e Congresso voltaram a falar de reformas, que serão um tema muito importante em 2021. Precisamos que elas coloquem nossa dívida em uma trajetória sustentável para reconquistar a confiança dos investidores. A bolsa brasileira também passou por uma forte alta, subindo quase 16% em reais e algo em torno de 25% em dólares. Em contraste ao otimismo da bolsa o mercado continua a precificar uma trajetória da taxa Selic que se assemelha a nosso cenário negativo, ao passo que economistas projetam algo mais parecido com o cenário neutro.
Quando olhamos para 2021 vemos um cenário difícil, tanto globalmente, onde ainda é cedo para dizer se a vacina chegará rápido o suficiente para impedir novas quarentenas, ao passo que no Brasil as reformas passam a ser críticas. Os desenrolar de ambos os cenários é difícil de prever, e nossas principais armas serão a diversificação e o ajuste das carteiras à medida que obtivermos mais informações.
Nas carteiras optamos por realizar os lucros decorrentes da alta recente das bolsas e também o fechamento dos prêmios da renda fixa global, reduzindo essas posições. Por outro lado, aumentamos a exposição a ativos de inflação, que se beneficiam de reformas no Brasil, mas tem alguma defesa contra um cenário doméstico mais conturbado. Adicionamos um COE de capital protegido na parcela de Renda Variável Global, que é útil para clientes que estão montando suas carteiras agora.
Investidor Conservador: como investir no cenário atual?
Estamos entrando em um ano que com grandes promessas e incertezas. Para os portfólios conservadores continuamos focados em manter exposição internacional através da renda fixa global e em proteger o poder de compra do investidor através de ativos atrelados à inflação.
São pontos positivos para o investidor deste perfil no momento os altos prêmios de crédito na parcela atrelada ao CDI/Selic (pós-fixados) e o fato de que os ativos com risco de taxa (inflação e prefixados) estão alinhados com nosso cenário negativo, ou seja, com uma boa margem de segurança.
Sugestão de carteira
Mantivemos as alocações da carteira, focando em nossas principais teses de investimentos.
A principal delas é a diversificação da carteira por meio de investimentos internacionais, por meio do fundo Morgan Stanley Global Fixed Income Advisory FIC FIM IE, fundo de renda fixa global, sem exposição cambial, a fim de se defender dos riscos específicos do Brasil e buscando contratar prêmios de crédito que estão relativamente altos, oferecendo bom risco retorno para se beneficiar da recuperação da economia.
Além disso, outra tese importante é a de se aproveitar do momento para contratar bons prêmios de crédito no Brasil tanto via papeis quando via fundos, possibilitando uma eventual ganho com sua compressão, tanto em CDI como em IPCA.
Investidor Moderado: como investir no cenário atual?
Em um cenário de incerteza, diversificação e disciplina serão a chave para construir seu portfólio. Os ativos internacionais continuarão presentes, pois podem se aproveitar de uma recuperação global mesmo se o Brasil não conseguir entregar suas reformas, ou defender o portfólio, caso as vacinas não cheguem a tempo de impedir uma desaceleração da economia global.
No Brasil há muitas oportunidades na renda fixa, com prêmios altos em crédito e na curva de juros (inflação e prefixados), e na renda variável, onde as ações ainda estão em um múltiplo para 2021 abaixo de seu potencial. As reformas serão um importante destravador de valor para todos os ativos.
Sugestão de carteira
Neste mês, aumentamos a parcela de inflação para 20%, visando aproveitar os prêmio da curva de juros soberana ao mesmo tempo que reduzimos a parcela de crédito atrelado ao IPCA, reciclando o portifólio e aguardando novas oportunidades.
Diminuímos a exposição à renda variável Brasil para 10%, renda variável internacional com exposição ao dólar para 4% e renda variável internacional sem exposição ao dólar para 4% com intuito de diminuir um pouco o risco da carteira e capturar os ganhos relevantes dessas classes em novembro. Aproveitamos também para embolsar ganhos da renda fixa global, diminuindo a exposição para 5%, sendo ainda muito relevante em ativos high yield.
Investidor Agressivo: como investir no cenário atual?
Em um cenário de incerteza, diversificação e disciplina serão a chave para construir seu portfólio. Os ativos internacionais continuarão presentes, pois podem se aproveitar de uma recuperação global mesmo se o Brasil não conseguir entregar suas reformas, ou defender o portfólio, caso as vacinas não cheguem a tempo de impedir uma desaceleração da economia global.
No Brasil há muitas oportunidades na renda fixa, com prêmios altos em crédito e na curva de juros (inflação e prefixados), e na renda variável, onde as ações ainda estão em um múltiplo para 2021 abaixo de seu potencial. As reformas serão um importante destravador de valor para todos os ativos.
Sugestão de carteira
Neste mês, aumentamos a parcela de inflação para 22,5%, visando aproveitar os prêmio da curva de juros soberana ao mesmo tempo que reduzimos a parcela de crédito atrelado ao IPCA, reciclando o portifólio e aguardando novas oportunidades.
Diminuímos a exposição à renda variável renda variável internacional com exposição ao dólar para 7,5% e renda variável internacional sem exposição ao dólar para 7,5% com intuito de diminuir um pouco o risco da carteira e capturar os ganhos relevantes dessas classes em novembro. Aproveitamos também para embolsar ganhos da renda fixa global, diminuindo a exposição para 7,5%, sendo ainda muito relevante em ativos high yield.
Fonte: XP Investimentos