Recursos do 13º salário, bônus e gratificações impulsionam investidores
18.12.21 8h00
Mercado financeiro tem boas oportunidades, mas aproveitá-las depende do perfil do investidor (André Oliveira)Curta a nossa página e veja mais notícias como essa!
Com a chegada do final do ano, muitos trabalhadores aguardam a entrada de recursos extras no orçamento pessoal, como o pagamento do décimo terceiro salário, bônus e gratificações. Profissionais do mercado financeiro acreditam que, com esta injeção, o momento é indicado para pensar em investimentos, seja de curto, médio ou longo prazo.
De acordo com o especialista Márcio Baena, sócio-diretor do escritório AçãoBrasil, credenciado à XP Investimentos, este é o melhor momento para começar a investir. Ele diz que o 13º salário é uma acumulação que a empresa é obrigada a fazer ao longo do ano, provisionando esses valores para pagar aos colaboradores nos últimos meses.
Na opinião de Márcio, muitos brasileiros devem usar os recursos de final de ano para saldar dívidas acumuladas. Mas, no caso de quem está com o nome limpo, ele declara que não faz sentido antecipar o pagamento de dívidas futuras sem desconto de juros; portanto, o melhor mesmo é investir.
Sócio-diretor da Ação Brasil, Márcio Baena, destaca que para quem está com nome limpo não faz sentido antecipar o pagamento de dívidas futuras sem desconto de juros (Divulgação / AçãoBrasil)
Em 2022, o especialista acredita que, com os juros básicos na faixa de 10% e juros de renda fixa bancária voltando a dar acima de 12% bruto por ano, muitas pessoas devem apostar mais na Renda Fixa, ao mesmo tempo em que aqueles que ainda usam a poupança, que voltou pagar apenas 0,5% ao mês, também devem passar a procurar investimentos melhores. Historicamente, a poupança sempre pagou 70% da taxa básica, mas, mesmo sendo isenta de impostos, não justifica o brasileiro ainda manter mais de R$ 1 trilhão na poupança e o paraense mais de R$ 14 bilhões, já que há muitas outras escolhas que poderiam ser feitas, avalia Márcio.
“Já para a Bolsa de Valores, veremos o mercado em compasso de espera, como ocorre sempre em anos eleitorais. Após a definição dos próximos governantes, teremos espaço para movimentos mais consolidados. Em geral, a nossa área de análise acredita que o Brasil descolou do resto do mundo e ficou barato, enquanto que as Bolsas de Valores de todo o mundo estão em alta, renovando máximas todos os anos. No longo prazo, são em momentos assim que os investidores conseguem os melhores resultados, nos momentos de baixa”, destaca.
Sócio e assessor sênior do escritório AçãoBrasil Anderson Pantoja diz que o mercado financeiro sempre tem boas oportunidades, mas tudo depende do perfil de investidor. “Quanto mais cedo você começar a investir, mais rápido chegará ao seu objetivo. Podemos esperar um bom momento para a renda fixa no futuro, em que veremos rentabilidades acima de 1% ao mês e na renda variável, como ações, teremos muitas oportunidades no período de eleições no Brasil para quem tem o perfil mais arrojado”, adianta o especialista.
Márcio Baena explica que o perfil de cada investidor está relacionado com a necessidade de uso dos valores pela pessoa, e quanto maior for o prazo de retirada, melhores as opções. O primeiro passo para iniciar os investimentos e acumular patrimônio, no entanto, é comparar os produtos financeiros com ajuda de um especialista para ver onde está rendendo mais de acordo com o perfil do investidor. Depois de iniciar, também é importante ter “caixa”, ou seja, aquele dinheiro que serve de munição para boas oportunidades que podem surgir.
Confira algumas opções de investimentos em alta
Por: Márcio Baena
– Fundos com liquidez curta
No pós-pandemia, eles estão pagando acima de 150% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) – é o custo do dinheiro no Brasil e segue a taxa básica Selic. Esses fundos, em 2022, com a taxa básica pagando uma média de 10% ao ano, tendem a render perto de 12%, ou seja, 120% do CDI. Este será o custo de oportunidade no Brasil; os investimentos reais em empresas e negócios devem ter esse parâmetro mínimo de retorno que é render entre 12% e 14% nos próximos 12 meses.
– Ativos de crédito privado
O foco é no longo prazo, na casa dos 10 anos, com proteção contra a inflação. Os exemplos são papéis, como debêntures, CRIs e CRAs, que são isentos de Imposto de Renda para pessoa física e, se bem dosado na carteira, fará uma proteção muito boa contra a inflação. Importante não se concentrar nesses tipos de investimentos, pois eles não possuem garantia do Fundo Garantidor (FGC), que é apenas para ativos bancários.
– Ativos bancários, Tesouro Nacional e Fundos com baixa taxa de administração
Estes são investimentos de pessoa jurídica. Nesses três tipos de investimentos a empresa terá ainda a liquidez de resgates rápidos e alta segurança, mas por outro lado não vai deixar de ganhar um bom rendimento, pois estará, em média, ganhando mais do que o Tesouro Nacional paga.
– Bolsa de Valores
Ela estará barata e excelentes oportunidades surgirão com o pós-pandemia, em que empresas de tecnologia e varejo, as que mais caíram com o aumento dos juros e desarranjo industrial no mundo, estão bem atrativas para compra. Ao mesmo tempo que é possível comprar ações com seguros, usando derivativos, não é complexo, é semelhante a um seguro de carro. Por conta disso, procure um assessor para cotar quais ações da Bolsa Brasileira e Bolsas internacionais possuem esse tipo de seguro que, dependendo da estrutura, pode até sair sem o custo do desembolso para o investidor. Ações sem seguro no Brasil são altamente voláteis.
Sócio e assessor sênior do escritório AçãoBrasil Anderson Pantoja indica investimentos conforme perfil (Divulgação / AçãoBrasil)
Como investir de acordo com o perfil
Por: Anderson Pantoja
– Conservador
As taxas atreladas ao CDI, que acompanham a taxa de juros do Brasil, são uma ótima pedida para 2022
– Moderado
Fundos de investimentos macro, que investem tanto no Brasil quanto no exterior, têm se mostrado ótimas oportunidades
– Agressivo
Fundos internacionais são boas oportunidades de diversificação, pois os países desenvolvidos devem se recuperar da crise bem mais rápido do que os emergentes
Fonte: Oliberal